domingo, 12 de agosto de 2012

Cansado


Cansado de gritar
Enquanto a vida me sufoca
Farto de ser visto como diabólico e psicótico
Olham-me de lado porque a musica dá-me mais moca
Do que qualquer bebida ou narcótico
Respiro pura insanidade
Quero as correntes
E corro para a liberdade
Cago na sociedade que julga os que são diferentes
Eu sorrio mas nunca me vez os dentes
Culpa-me do aquecimento global
Cuspo palavras demasiado quentes
Cansado de agir como se fosse normal
Não tento fugir, simplesmente não conseguem me ver
Não me deixo apanhar, querem me mandar para o calabouço
Só por não me conseguirem entender
Falo menos do que ouço
Mas cada palavra causa sensação
Faz abrandar o tempo
Parar o teu coração
Eu não falo a correr
Tu que és demasiado lento
Ou estúpido para conseguir entender
Atiro palavras que levam alento
Aqueles que daria minha vida para proteger
Dão pesadelos a quem teima em se intrometer
Não metas o nariz onde não és chamado
Desde criança brinco com facas
Arriscas-te a sair com ele cortado
E não é minha culpa se não ouço palavras fracas
Ou se ouço e não presto atenção
Nunca me armei em especial
Destaco-me por não seguir a multidão
Por ouvir o coração
Durmo na fronteira com o sobrenatural
Abraçado pela escuridão
Escondido desses milhões
De humanos programados para não pensar
Minhas palavras são tsunamis, arrasto as multidões
Abano-te mais que um terramoto
Batem com a força de mil furacões
Despedaçando a falsidade
Até que no final brilhe mais forte
A ténue luz da verdade

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