Noventas

Sou da geração de noventa
Caminhadas para a escola
Na sacola caneta e sebenta
Aprendi a agradecer, a saudar
A lutar pelo que queria
Vi o meu pai trabalhar
Do nascer ao pôr do dia
E ainda assim a chegar a casa com um sorriso

Aprendi que nem sempre é mau não ter juízo
Mas a responsabilidade nos ombros
Ajuda a manter os pés assentes na terra
Embora a mente adore viajar
E sempre a quis alimentar
"Prepara-te para a guerra,
Luta pela paz"
Cresci eu a ouvir
Rapaz do mato e do povo
Queria descobrir o mundo
Aproveitar cada segundo,
E tudo o que havia de novo

Mas o tempo, esse, nunca vai parar
Cresci sem querer
Embora a criança dentro de mim ainda adore brincar
E ainda tenha aquela vontade de ver
De descobrir
A paixão pelo meu mundo
E a ciência do saber sorrir