sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Losing myself in the forest



There was this day
Where everything left was pain
The feeling of everything I've done 
Was simply in vain 
All the hope gone
All of me drained...
I went to the forest 
Allowing myself to be lost 
As lost as my dreams 
But not everything is what it seems 
And life have a side of irony 
Maybe the gods piety 
The world's plans in a shelf
Because was when I got lost
in that forest 
That I finally found myself

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Sou...

Sou





 Sou animal exótico...
Toque de sonho erótico
O raro, o diferente
Sou aquilo que não é gente
Mas a gente; curiosa; anseia ter...


    Sou um animal exótico, visto pela primeira vez e desejado.

 Não pela cor da minha pelagem, ou por alguma característica em concreto, mas 

concretamente por  nenhuma  das minhas características se assemelhar a algo que pareça 

familiar.

    Sou a noite no Inverno de Norilsk quando procuras um par de horas longe do sol. 

Convidativo por parecer ser exatamente o que procuras, disponível dia após dia.

 Mas depois decides que queres que eu acenda e ilumine e aqueça...mas essa escuridão 

que te chamou dura três meses.

    Procuravas o silêncio, e  eu sei ser calado quando me pedem. Então quiseste reclamar 

esse silêncio para ti porque nunca imaginaste que algo assim pudesse realmente existir.

Mas eu ou a câmara anecoica de Orfield...o meu silêncio é tal que não suportas aquilo que 

mais pediste, porque te enlouquece ouvir o teu coração, sentir que ouves o sangue 

 percorrer as tuas veias. E a tua mente  tenta a gritos preencher esse vazio que é a 

absência de qualquer som...

    Tenho o som de água fresca, então quiseste tomar-me para ti para que pudesses beber sempre que quisesses. 

Para que, em luxúria, te banhasses em mim e usasses-me para regar as tuas flores.

Mas eu sou o Lago Baikal. Mergulhaste em mim mas ficaste assoberbada pela minha 

imensidão, pela profundidade da minha existência, por quão antigo eu sou.

A talassofobia tomou conta de ti, e a vertigem fez-te perder o equilíbrio. Correste para longe sem te despedires, deixando-me a afogar em mim mesmo com o sentimento de culpa. 

    Sou o animal raro e majestoso que viste e quiseste domar pela sua ferocidade. Então o

 medo da minha  imponência tomou conta de ti, mas a ganância de me possuir era maior, e 

eu gostava de teu toque, deixando-me domesticar sob a tua voz e perfume. 

Depois abandonaste-me, porque já não era a fera que te maravilhou. Mas antes 

cortaste-me as garras e mandaste encurtar meus dentes, para te sentires segura.

E agora não consigo caçar, não me reconheço no reflexo do charco raso que são teus olhos 

que tanto me quiseram e agora me desdenham.

    Sou tanto, que quase chego a ser tudo. Mas o que é tudo, quando deixam esfarrapado 

aos ventos  tudo aquilo pelo que rezaram aos seus deuses para ter, e quando o tiverem, 

não souberam ter. 

    Na verdade, já não sou tudo...já não sou tanto. E tudo o que sou é um nada, despido e despojado de tudo o que arrancaram de mim.

    De mim só sobram poemas, pensamentos e promessas que nunca planearam cumprir. 

Sobram os meus sentimentos espalhados ao mesmo vento que eles espalharam as cinzas 

daquilo que deixei de ser.


 


 

domingo, 1 de dezembro de 2024

Sei que me vou arrepender...

 "Sei que me vou arrepender disto..."
É uma frase para ser dita quando pegamos em mais uma caneca de cerveja.
Quando agarramos aquele ultimo shot, ou aceitamos mais uma rodada.

É  o que dizemos quando decidimos praticar um desporto novo, ou entrar numa caminhada de 70km.

É o que nos dizemos antes de começar um turno triplo ou de ir trabalhar a um domingo...

Não é algo que se diga quando se decide largar tudo aquilo que sempre disseste querer ter na vida. 
Não é algo que se pense antes de partir, e partir tudo o que restava dentro de um peito. 

E disser que "não é um ponto final, é um desvio por estradas opostas que sei que voltam a encontrar-se, porque estamos destinados. E sei que me vou arrepender" 


Não se brinca com o destino. Até o que está destinado pode ser quebrado por se dar algo como certo. 
Até os fios das Nornas podem quebrar e sair do tear do destino.

Não se deve zombar das bênçãos de Freya. 

    Como podes estar certa de querer sair, mas esperar que eu esteja sentado no alpendre, em nostalgia, pronto a celebrar o teu regresso como um milagre?  

    Hoje sei que é possível gostar de alguém mais do que nós mesmos... e que amar é dar a alguém o poder de nos destruir, mas acreditar que não o farão. 


    Lembra-te, amei-te com todo o meu ser. Em especial aquele meu lado sensível que não mostro a ninguém


    Meu defeito é que sinto em demasia... as coisas mais pequenas causam dor intensa.
Minha qualidade é que sinto demais... pequenos detalhes inspiram-me e dão-me motivos para seguir em frente. 


    E sigo em frente...deixo partir a pessoa que mais quero a meu lado, a tentar entender como se aceita que o amor da nossa vida não é o amor para a nossa vida...deixo-te partir porque a tua felicidade ainda me importa mais do que a minha.

    Mas não zombes do destino, mesmo a deusa da magia e do amor não é gentil com quem brinca com a sua bênção.  Se sabes que te vais arrepender, arrepende-te enquanto ainda doí tudo dentro de mim, enquanto ainda não sei secar as lagrimas, enquanto dou por mim a rever as conversas antigas, e penso como ei de te dar mais uma ou duas boas memórias para a viagem... 

    Porque quando souber respirar sem me doer o peito...

Quando ouvir teu nome ou te vir na rua e meu coração não falhar um batimento...

Quando tiver aceite que foi o melhor, que estás melhor, que tiveste o que procuras-te...

    Ai, não te arrependas como sabias que irias fazer...

Porque ai, vais realmente te arrepender. Porque ai, terei dado o que restou do meu coração aos chacais de Anúbis, em troca de uma escuridão que preencha o peito com calma e sem dor. Ai, terei encontrado alguma maneira de seguir em frente, porque não sei estar parado, e porque ficar agarrado ao passado mata-me lentamente. 

Guardarei as memórias como tesouros, e falarei bem de ti a todos. Sou péssimo a mentir, mas vou guardar os nossos segredos...

    Mas serão isso, memórias e segredos. 

    Tu escolhes-te perder-me. Mesmo quando eu escolhi a ti contra todo o bom senso e razão, mesmo quando todos os passos que davas pareciam propositados a afastar-me ( ou magoar-me ), eu decidi ficar. E tu decidiste partir, e partir-me. 

    Se voltares a ver-me e eu estiver a sorrir...daquela maneira que sabes que surrio quando estou em paz...
Ai poderas dizer a ti mesma que sabias que irias te arrepender  

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Insónia

 Continuo sem conseguir dormir...

E sem entender o porquê.


É culpa ? É perda ? É luto ?

Já estava a espera de não conseguir sorrir 

Mas ser incapaz de descansar...

Começa a deixar um dano especial

Foi uma parte de mim que decidiste levar ?

Para garantir que foste a última com quem pude sonhar 

Ou minha mente tenta se proteger 

Para que eu não sonhe nada de mal...

Mas é o quarto dia sem dormir 

E o pouco que dormi nos últimos sete...

Nem sequer dá para considerar 

O ciclo repete

Rolo na cama, mas o sonho não vem 

Nenhum comprimido ajuda 

E eu já não me sinto bem

Já nem sei como me sinto...

Ridículo...talvez ridículo dar por mim a pensar 

Que conseguiria adormecer facilmente 

Com os teus dedos em meu cabelo...

Mas não tenho a coragem de o pedir ou mendigar 

Estou a enlouquecer...ou será que já enlouqueci ? 

Não reconheço o reflexo no espelho 

E até às vozes dentro de mim me abandonaram 

Como se fosse um mergulho, afundo-me num oceano de apatia 

Sinto tudo dormente...uma dor latente

Já nem me sinto gente 

Já nem sinto totalmente...

E dou por mim a pensar 

Eu não consigo dormir ?

Ou não consigo acordar ..?

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Química

 Tantos falam de química ...

Tentando descrever a atração que sentem e os fazem sentir; se é que faço sentido.

A forma quase magnética como são atraídos um para o outro, como se querem mais e mais. A fome que se têm ou como as suas fantasias e posições favoritas se alinham 



Química ? 

Eu riu-me...sou obrigado a rir

A química que nós temos é a oxitocina que faço teu corpo libertar um orgasmo atrás de outro, e te faz sentir apaixonada. A adrenalina que bombeia, em resposta á forma como agarro teu corpo, fazendo o sangue bombear mais rápido. 

Para aquele Boost de dopamina que nenhum hobby ou projeto ou horas de scrolling pode dar ..


Química ? É ridículo dizer que temos química...

A forma como nos agarramos e deixamos o corpo um do outro marcado ? Os arranhões e dentes vincados na pele

Os gemidos que não se conseguem manter mudos, por mais que se tente 


Somos alquimia, somos areia transformada em ouro e pedra filosofal 

Somos feitiçaria, grimórios inteiros escritos para entender o que nos une e como nos unimos, como dois corpos encaixam na perfeição. Como se fode um corpo enquanto se faz amor com uma mente, como se fode uma mente com as palavras mais obscenas, enquanto se venera um corpo; lentamente, aumentando esse fogo que queima por dentro até suplicares para ele te consumir.


O anjo no meu ombro tornou-se um pecador...


E mesmo assim...mesmo quando tínhamos tudo...

Dou por mim nesta cama vazia a recordar teu cheiro e como os teus dedos me acalmavam enquanto brincavam com meu cabelo...

Saberia lá...

Sabendo que uma vida não nos chegava para nós amar-mos...

Que; desde o primeiro beijo, da primeira hora em chamada, o sentimento que nos conhecíamos há vidas logo se tornou uma certeza, que estávamos destinados a ser...


Como iria saber que, ainda assim, nem esta vida iríamos aproveitar...

Pergunto-me como se pode desperdiçar aquilo que muitos vivem uma vida inteira sem encontrar...

Motivo para poemas e canções e histórias e exemplos ...

Dizias que eu era a outra ponta do fio vermelho, do destino traçado pelas nornas, do que estava destinado a ser...

E ainda assim ... Me sinto deixado, deitado sobre um campo de lírios vermelhos de aranha...


Saberia lá eu que é possível pedir por algo...conseguir tê-lo e depois abrir mão disso ...


Deixo de me sentir humano, para me sentir um peixe, pescado num entretenimento de domingo de manhã num serão de pesca desportiva entre amigos.


E agora ... Deixei-me ser tão teu que já nem meu sou ...

Dizia que não escrevia poesia...que eras a minha poesia, e eu apenas escrevia sobre ti. 


Depois de 15 anos decidi finalmente escrever um livro... E na quinta página, arrancaste todas as folhas que tinha em branco para escrever...


E agora ....

E agora ?

sábado, 23 de novembro de 2024

Gosto da noite

 Gosto da noite ...

Tudo é mais tranquilo

Menos ruido de pessoas e viaturas pelas ruas

O que permite que o ruído que tenho em mim desvaneça um pouco enquanto olho pela janela para o céu estrelado, e contemplo um horizonte familiar, recordando memórias e inícios de histórias que nunca pensei que teriam um ponto final...

Sim, sou louco ( ou ingénuo) o suficiente para acreditar que algumas histórias não têm ponto final, e; como uma traça em direção á luz, dou por mim a bater contra esse objectivo uma e outra vez até ficar inconsciente no chão 

Gosto da noite...

Cruzo com menos pessoas que me perguntam como estou. Não tenho que fingir e sorrir e dizer que está tudo bem por pura cortesia de responder a quem só me pergunta isso como desbloqueador de conversa que na verdade ninguém quer ter.


Posso apreciar a paisagem sem que vinte indivíduos passem de bicicleta naquele momento que até me apeteceu fotografar aquela borboleta a pousar no cogumelo porque me parecia poético... Mas tanto a borboleta como o cogumelo estão agora tão pisados como os meus sonhos. 

Posso me deitar numa pedra no meio do nada sem ter de ouvir alguém a comentar que " aquele tipo deve estar bêbado ...ou a sentir-se mal, ou a sentir-se mal de bêbado...talvez esteja triste..."

Pois...ou talvez só queira estar assim, como me dá vontade, sem ser objeto de estudo filosófico das duas senhoras que vieram passear os cães, mas não trazem os saquinhos onde poderiam meter tanto os dejetos dos cães como os comentários delas.

Já não sinto que o sol me aqueça, mas a lua cada vez mais me dá tranquilidade.

Dou por mim às 4 da manhã a escrever isto, em puro devaneio enquanto olho por uma janela que não é minha, e não há uma chamada de telemarketing para me interromper. Não há olhos postos em mim, aparte de um par deles no 3° direito do prédio em frente, que me vão fitando ocasionalmente, talvez por ser uma cara desconhecida, talvez por se indagar se serei mais uma pessoa que não consegue dormir, ou filosófe  sobre mim também e o que me mantém às 4 da manhã a uma janela, se não é para fumar. Por estranho, não me incomoda em nada essa possibilidade, ao contrário das senhoras dos cães, mesmo que ela pense que estou bêbado á janela, de noite ninguém o julga.


Ela acena e fecha a janela com a calma que eu ontem fechei meu peito. E eu, fito as estrelas e as luzes e a calma, disfrutando da solidão que trago como companheira.

Fiz o luto de algo que ainda sinto vivo, mas que a escuridão que pedi emprestada para preencher meu vazio, me sussurra que morreu faz tempo. 

E termino de escrever este devaneio poético, na internet onde tudo está aos olhos de tudo, mas meu anonimato e o desinteresse do mundo em mim, faz com que seja tão seguro e secreto como um diário que ninguém lê.

Cada vez gosto mais da noite...


quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Dispo...

 Dispo a roupa...

Com o sabor de uma promessa a mim mesmo

Que, daqui para a frente, será a única coisa que voltarei a despir

Que a mascara que me protegia passará a ser a mascara que sou, e os muros que tinha á minha volta nunca se voltarão a baixar. Que foi a ultima vez que mostrei quem era debaixo do que me guarda...em que expus o meu coração, só para o ver ser utilizado como um alvo de dardos...

Onde todas as minhas boas intenções foram instrumentalizadas para proveito de quem não me soube aproveitar, mas apenas aproveitar-se de mim...


Coloco o corpo debaixo do chuveiro...

A água quente marca a pele e torna-a rosada...

Era suposto doer...

Mas talvez a dor que sinto por dentro me distraia e me deixe alheio á dor que deveria sentir por fora...

Talvez o gelo que envolve meu peito seja tão frio que a água não me chegue realmente a queimar

Talvez seja esta letargia...a dormência que me convida a não sentir, para não sofrer...para que possa dormir sem ser assombrado pelas vozes que; ora sussurram ora gritam e me fazem enlouquecer....


Saio e coloco as vestes... Com a certeza intrínseca que será a única coisa que permitirei a alguém voltar a despir de mim...

Porque nunca mais me desnudarão do meu ser, dos meus sonhos. E nunca mais irão ter a oportunidade de retirar as minhas mascaras para espreitarem quem eu fui, na tentativa de me fazerem voltar a ser isso de novo, só para me lembrarem depois, a tons de dor, porque é que havia decidido deixar de ser-lo 

Pois que me marquem o corpo, mas nunca mais me marcaram a alma. 

Pois que me prometam que são diferentes, que desta vez será diferente...

Que eu serei diferente...do que fui até agora, passando a ser para sempre o que agora sou.

Tão frio que nem a água que marca a pele aquece ou faz sentir 

Que a escuridão me abrace e me faça seu...para que ninguém mais me convença num abraço que poderia ser de outro alguém, só para que depois me fizesse sentir que nem sequer era de mim mesmo

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Queimei...


Dizem que o amor é fogo

Que arde sem se ver

E tu dizias que teu coração estava frio

Então incendeie o meu, 

Só para te aquecer 

Por ti queimei...e ardi

Dei tudo o que sabia 

E nem sei quanto mais inventei 

Para que dissesses, um dia 

" Tive tudo que sempre sonhei..."

Tentei ser magia...

Que fosse um conto de fadas 

Tentei ser tudo

Para acabar em nadas


Dizias que tinhas frio

Por isso ardi

Para te aquecer

Para te dar alento

E de mim...

Deixaste-te esquecer 

E sobraram apenas cinzas

Sopradas ao vento 

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Destinados a ser

 E foi quando te toquei pela primeira vez

Que finalmente entendi

Que encontrei a resposta a todos os porquês 

Porque tudo o que procurava, estava em ti


Já sentia a tua falta

Ainda nem sequer te conhecia 

Em meu peito, um coração que se exalta 

Que te anseia a cada dia

Cada sorriso teu parece magia

Fico hipnotizado a admirar 

Pareço um puto apaixonado

Que só te quer mimar...


E até pensaram que era passageiro

Mas o que somos, veio para ficar

Sabíamos que era amor verdadeiro

Ainda que não soubessemos explicar


Como se estivéssemos destinados a ser

Como se já o tivéssemos sido

Como se te procurasse há várias vidas

Como se só fosse completo, contigo

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Sou o medo

 Sou aquilo que não vês 

Sou a incerteza no meio da escuridão 

Sou o medo e os porquês 

Que palpitam em teu coração 

Sou o sussurro que chama

Mas não tens certeza de ouvir 

Sou a coisa debaixo da cama

E a ânsia de correr, fugir 

Sou a tua imaginação 

E danças na ponta de meu dedo

Sou demônio...sou fantasma

Sou teu dono

Sou teu medo


quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Na noite que a traí

 Disse que a traí, naquela noite 

No meio de toda a gente que nos conhecia 

Porque trair não é só agarrar alguém 

Mas olhar alguém e sentir magia 


E eu dei por mim, ébrio e entorpecido 

A ver aquela miúda dançar 

E a imaginar tela comigo 

Dei pelo meu coração acelerar 

A vontade de a tocar 

Saber o que a levava a dançar assim 

Querer sentir o seu sabor 

E ter o seu calor só para mim


Eu contei-lhe, que a traí em pensamento

Mas a verdade era mais complicada

Porque a menina da estrela que eu vidrei 

Era, afinal, aquela que eu já namorava 

E, naquela noite, novamente me apaixonei


sábado, 26 de outubro de 2024

Copo meio vazio

 Sou o meio vazio do copo

Sou o que ainda não é

Sou louco

Sou foco, força, fé 

Sou o que ainda irá ser 

Sou a parte vazia 

O que falta fazer nesse dia 

O que ainda se vai aprender

Sou a tela em branco 

Pronta, disponível a pintar 

Sou sentimento franco

E o que não se sabe explicar 


Sou o vazio

Pronto para se preencher 

Inspiração da brisa à beira rio 

Que faz o peito vibrar 

E o coração tremer 


Sou a curiosidade 

Centelha na escuridão 

Sou a sede pela verdade 

Sou o que ainda não sabe o que deve ser 


Sou arrepio, calafrio 

Sou aluno e aprendiz 

Sou o que ainda não se diz

Sou copo...meio vazio


domingo, 11 de agosto de 2024

Eus

 Quantos eus eu já fui 

Quantos ficaram pelo caminho 

Quantos se perderam 

Quando para me encontrar, fiquei sozinho 

Quantos eus eu já quis ser 

E de quantos eu desisti 

Alguns tinham de ficar para trás 

Para eu conseguir chegar até aqui 

Quantos eus eu realizei 

Com um toque de sonho realizado, 

Daqueles que foram pedidos a uma estrela cadente 

Outros, deixados de lado 

Porque se não eu, seria alguém diferente 

Quando tenho de ser fiel a mim mesmo

Mas encontrar um eu que mereça que lhe seja fiel 

Alguns amargos, desconfiados

Outros doces, com travo de mel 

Quantos eus inspirados 

Quantos não se conseguiram inspirar 

Quantos eus eu ainda sou

Quantos ainda virei a alcançar 

Como o virar da folha 

Encontro mais sobre este eu, num poema 

Num momento de inspiração

Ou na resolução de um problema 

Porque a vida não tem uma equação 

Uma resposta única e correta 

Sei que este não é meu eu final

Mas um passo mais no processo 

Porque no dia em que achar que só sou um eu 

Começarei a andar para trás, em retrocesso 

Quantos eus eu já vi mal 

Quantos lutaram por um eu melhor 

Quanta luta, lágrimas, suor 

Quantos quiseram desistir do amor 

Mas nenhum eu poderia ser eu...sem amar 

Porque só resta desistir 

Para quem se recusa a acreditar 

E se este eu; hoje; não conseguir

Eu levanto-me como um outro alguém 

Disposto a voltar a tentar 

Repetir, reinventar 

Um eu é inspirado

Outro só saciado quando sente que pode inspirar 

Outros eus, e outros outros, 

Porque seja quem eu vier a ser 

Há coisas que qualquer eu

Não consegue não fazer 

Enraizado, vincado no âmago e essência 

Quantos eus ignoram a política 

Cada um sente diferente a religião 

Uns procuram a resposta

Outros divertem-se com a ciência 

Das coisas...do ser

Nenhum eu pode perder tempo

Porque não sabem o tempo que eu irei ter 


terça-feira, 9 de julho de 2024

Onde e como ?

 Onde encontras a força ?

Quando tudo em teu interior te diz que o melhor é parar e desistir 

Onde secas essas lágrimas que te denunciam a dor ?

Onde arranjas motivos para continuar e sorrir ?

Onde existe ainda o amor ?

Como ainda acreditar nas pessoas 

Quando tudo parecem memórias más

Onde encontras as boas ?

Onde anda a esperança 

Para seguir em frente 

Tentar, fazer diferente 

Dizem que depois da tempestade, vem a bonança 

Mas eu devia estar a dormir quando esse sol brilhou 

Onde devo me abrigar 

Quando esta chuva faz eu sentir-me gelado ...

...Bem no meu interior 

Onde escolho alguém para ficar a meu lado 

Quando todos parecem estar melhor sem mim

Como silêncio estás vozes que gritam a meu ouvido 

Como paro de me sentir assim

Uma alma perdida, uma assombração 

Sempre a estragar tudo 

Onde me libro desta maldição?

Onde posso trocar o meu coração 

Acho que veio com problemas 

Sinto demais...e faltam as palavras 

Depois acabo a divagar em poemas 

Onde é suposto eu estar ?

Para onde devia eu ir ? 

Onde consigo respirar...

Quando a corrente me puxa para baixo

E falta a força para lutar 


quinta-feira, 27 de junho de 2024

Escreve

 Escreve... E que a tinta escorra como um rio

Que a fricção dessa caneta seja calor...
Que derrete o gelo frio
Que sejas chama, que seja amor
Que ilumine e preencha o vazio

Que as letras corram, como areia na ampulheta
Que contes minutos em poesia
Páginas para mais um dia
Que sejas praia e nevoeiro e maresia

Escreve...
E expande essa imensidão que és
Quando te vejo a escrever
Sinto o mundo a tremer
E a aninhar-se aos teus pés

Escreve...
Porque tu não deves nada
E este mundo, tanto te deve
E que o sol faça greve
Que o som fique mudo na sua clave
Que os anjos toquem as suas cornetas
Que pássaros chilreiem em medio grave
Que se esgote a tinta em todas as canetas
Que desenhes todas as praias em sua areia
Que o mundo seja tua plateia
Que desvaneça tudo o que a tua alma receia
E teu coração tenha tudo o que pede...

E, se duvidares por um segundo...
Pega nessa folha...
E escreve

sábado, 1 de junho de 2024

Um passo em frente

 Qual Prometeu.....

Que compriu o que prometeu
Que deu o que não acharam se poder cumprir
Do qual toda a humanidade já se esqueceu
Do qual qualquer um não pensou ver sorrir ...
O fogo roubado aos deuses....
Dado como um bem adquirido
Enquanto tudo o resto foi esquecido ...

Como se de uma história diferente.....


Enquanto escravo de mais uma bebida

Busco a força para seguir em frente
...

Encontrar essa força quase esquecida
...

A esperança desta vez ser diferente ...

Um significado para uma vida
...

Força para dar mais um passo em frente ...

Razão para que tudo valha a pena ..

Quando se sente essa chama...
Outrora fogo grego
Ficar cada vez mais pequena

A dúvida de quem ainda a ama

O avassalador medo

Como fazer diferente?

E eu que só precisava duma...
Única razão para continuar a seguir em frente...

Em tempos poderia conseguir conquistar o espaço...

Hoje preciso de motivo para mais um passo...

Para poder seguir em frente...

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Soldadinho de chumbo

 Soldadinho de chumbo 

De volta a caminhar 

Perdido nesse mundo 

Que pensaste abandonar 

Em prol de uma bandeira 

De um juramento e palavra 

Que julgavas verdadeira 

E que, verdadeiramente te tentou deixar sozinho

As palavras não contam para o banco 

E não importa o quanto o sentimento for franco 

Quando a tua perna está quebrada 

Ainda que saibas do que és capaz

Para essas cores, tu já não vales nada 

Ainda que fosses guerreiro da verdade e soldado da paz 

Calma rapaz...eles não sabem, nem querem saber 

Do que fizeste para conquistar

Esse lugar que fizeste por merecer 

Quando a política vem camuflada

E o camuflado vem de cores de partidos

E tu és só um soldado partido

Por jogos e acordos , por interesses que não se podem entender 

Ainda que não saibas o significado de desistir

Ainda que tenhas jurado uma bandeira 

Até a tua ultima gota de sangue se esvair 

Tu sabes...o incomum virou normal

Uns lutam por ser o número um 

Outros dão tudo , não importa o quanto tudo esteja mal 

Mais um dia...mais uma volta do mundo ao sol

A vida mostrasse dura

Para quem foi mole

Mas toda esta conjetura 

Deixa cicatrizes em quem nunca desistiu 

Para quem perdura e luta

Na cara da dificuldade agradeceu e sorriu 

Filho da pátria que o pariu 

E se pergunta o que será de nós 

Nada que ficar surpreso 

Foi assim no tempo dos meus pais 

Já era assim no tempo dos meus avós 

E tu, que não sabes para onde vais

Ainda que saibas para onde queres ir

Soldadinho de chumbo 

Filho duma patria que te ousou parir 

Agora és pària 

Joguete num jogo que não quiseste jogar 

Quando tudo o que ousaste procurar foi servir 

Agora não sabes como sorrir 

Para onde te virar...

Qual o caminho a seguir 


quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Chuva

 Chuva...

Cai e lava-me a alma 

Leva-me tudo o que me leve a calma 

Que eu não tenho medo de me molhar 

Não temo escorregar na lama 


Então cai chuva...

E traz-me alento

Faz com que o tempo passe mais lento 

Que não tenho pressa de o ver passar 

Que quero cumprir cada promessa

Ver florescer cada flor em rebento 

Desabrochar em botão 

Florir cada sentimento 

E que se enraize no coração 

Cai chuva...

E dá de beber ao meu crescimento

Que eu também sou flor 

Que eu também sou nuvem 

Que eu também bebo amor 


Cai, para que te ouça sob o meu telhado 

Embalando o meu adormecer 

E que cada sonho meu seja realizado 

E desse sonho possa continuar a beber

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Vicio

 Meu vicio...minha tusa


Fonte de inspiração 

Batida de meu coração 

Minha musa 


Porque ver-te despida

É mais do que te tirar a blusa 

É dedicar-te parte da vida

É ver-te como és, sem nada a esconder 

É segurar tua mão quando tens medo 

É em segredo fazer-te gemer 

São os momentos de loucura 

Unhas cravadas nas costas 

Suspiros no teu ouvido 

E eu sei bem do que tu gostas 


São os momentos de ternura 

O aproveitar mais um segundo contigo 

Antes de sair para trabalhar 

E mal saio daquela porta 

Já só me importa poder voltar 

No escribo poesía

Sabes... Tontería, si que me gusta la poesía, Pero no la escribo. Yo intento, fallo y vivo. Sonrío de las lágrimas que me caen de repente, ...