Escreve... E que a tinta escorra como um rio
Que a fricção dessa caneta seja calor...Que derrete o gelo frio
Que sejas chama, que seja amor
Que ilumine e preencha o vazio
Que as letras corram, como areia na ampulheta
Que contes minutos em poesia
Páginas para mais um dia
Que sejas praia e nevoeiro e maresia
Escreve...
E expande essa imensidão que és
Quando te vejo a escrever
Sinto o mundo a tremer
E a aninhar-se aos teus pés
Escreve...
Porque tu não deves nada
E este mundo, tanto te deve
E que o sol faça greve
Que o som fique mudo na sua clave
Que os anjos toquem as suas cornetas
Que pássaros chilreiem em medio grave
Que se esgote a tinta em todas as canetas
Que desenhes todas as praias em sua areia
Que o mundo seja tua plateia
Que desvaneça tudo o que a tua alma receia
E teu coração tenha tudo o que pede...
E, se duvidares por um segundo...
Pega nessa folha...
E escreve
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