sexta-feira, 23 de março de 2018

Vozes



Ora pois...

As vozes na minha cabeça sussurram que estou a ficar louco
Eu ignoro-as, acalmo-as com vodka e bagaço
Enquanto tento apagar as luzes desse mundo em chamas
Só para que consiga respirar um pouco.

Fecho as janelas pois chove, esqueço-me que não tenho telhado, E procuro sair, procurando um sentido no meio de tudo isto que não faz sentido. Acaba o bagaço, deixo de ter com que acalmar as vozes e dou por mim a prestar atenção a elas, são mais interessantes que aquilo que me rodeia, elas dizem que conseguem manter preso o monstro dentro de mim, e eu fico desconfiado. Se ele fica preso, o que é que ele come? Sinto que me come por dentro até não sobrar nada a não ser ele...e quisá as vozes.

Entre acessos de raiva e momentos de total letargia, tento me encontrar, mas não sei onde me perdi

O meu olhar vaga, ora vazio e negro, ora raiado de vermelho
Pedem que os siga, que faça o que essa gente diga
Mas as vozes chamam-me a atenção e fazem com que mantenha a lucidez

             "Não sei por onde vou, não sei para onde vou...
                 Sei, que não vou por ai"


R. Wild

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